Meio Ambiente

BNews ESG: Grupo Sabin investe em iniciativas verdes para qualificar setor de saúde

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Gestora do Sabin Diagnóstico e Saúde em Salvador, Agnaluce Moreira informa como o grupo tem investido em ESG  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Sabin Diagnóstico e Saúde Salvador
Beatriz Araújo

por Beatriz Araújo

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Publicado em 26/04/2024, às 11h45


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Há um tempo, no mundo empresarial, já não é mais suficiente pensar em negócios apenas como forma de obter retornos financeiros. Nos dias atuais, observar e priorizar aspectos ambientais e sociais é fundamental para a visibilidade e relevância de uma empresa no mercado. Neste cenário, tem sido cada vez comum se deparar com organizações comprometidas com a agenda ESG, que trata sobre meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa.

Na área da saúde, as chamadas iniciativas verdes também passaram a ocupar espaço nos projetos e investimentos de empresas envolvidas com sustentabilidade, a exemplo do Grupo Sabin – rede de laboratórios de análises clínicas – que possui mais de 350 unidades espalhadas por 15 estados do Brasil. Ciente de que estar atenta apenas às mudanças climáticas e questões ambientais não é o suficiente para demonstrar o seu comprometimento com o planeta, a rede tem buscado formas de manter o ordenamento entre os pilares ESG nas ações da companhia.

Em entrevista ao BNews, a gestora do Sabin Diagnóstico e Saúde em Salvador, Agnaluce Moreira, explicou de forma detalhada como o Sabin tem trabalhado em prol do ambiental, do social e da governança, não só na Bahia, como também em todo o Brasil, e não somente para os seus clientes, mas também em prol dos mais de 7 mil colaboradores do grupo.

Ambiental

De acordo com Agnaluce, o Sabin já possui em seu formato de negócio os princípios de preservação ambiental, reponsabilidade social e governança corporativa muito antes de o ESG se tornar ESG. “A gente brinca que nem existia o ESG, mas a gente já tinha como nossos valores adotar as práticas que depois foram denominadas ESG”, elencou.

Para garantir a efetividade das suas boas práticas ambientais, o Grupo Sabin realizou uma espécie de mapeamento das regiões onde estão localizadas as suas centenas de unidades. “Quando a gente mapeia o ambiental, a primeira pergunta que a gente faz é: 'qual o nosso impacto no planeta?', então a gente mapeou os riscos ambientais, quais são as emissões de gases do efeito estufa, a gente pensa na eficiência energética, na busca sempre de fontes renováveis, e trabalhar a parte de reciclagem e desperdício. Essas são medidas que reforçam o nosso pilar ambiental e todas as ações foram realizadas com base nessas medidas”, explicou a gestora.

O destaque das ações do Grupo Sabin no pilar ambiental é a utilização de fontes renováveis de energia. “Na nossa meta, a gente queria ampliar as fontes renováveis de energia em 15% no Brasil inteiro, em todas as regionais, e a gente atingiu o marco de 45%, sendo que aqui na Bahia nós utilizamos a energia fotovoltaica em 100% das nossas unidades”, ressaltou Agnaluce, que também é farmacêutica.

Reconhecido como o primeiro player de medicina diagnóstica da América Latina que aderiu ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), o Grupo Sabin foi pioneiro na adesão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) entre os laboratórios espalhados pelo Brasil.

“Aqui na Bahia nós também aderimos ao Pacto Global e assim como em outras regionais do Sabin, temos a ISO 14001 [norma que especifica os requisitos para que uma organização identifique e compreenda de forma proativa os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços e os impactos ambientais associados]”, informou a gestora.

Atualmente, o Grupo Sabin possui sede em Brasília (DF), mas já se prepara para inaugurar sua mais nova sede na Bahia, que contará com uma edificação sustentável. “Na nossa matriz em Brasília, por exemplo, a gente conta com gestão de recursos hídricos, lá a gente tem uma ETE [Estações de Tratamento de Efluentes] e toda a água que é utilizada no nosso núcleo técnico, que protege as amostras, é tratada e utilizada para a parte de descarga sanitária e outras atividades. Na Bahia, a gente não tem ainda, mas já está dentro do projeto da nossa matriz”, contou a porta-voz.

Com sua operação de mercado livre de energia na Bahia, no Piauí, Goiás, Minas Gerais e Brasília, o Sabin conquistou pela terceira vez o certificado de neutralização de emissão de gases do efeito estufa. “A própria ampliação das nossas fontes renováveis é o que dá origem a esse certificado”, considerou Agnaluce. “Aqui na Bahia, até porque é obrigatório conforme a própria ISO 14001, a gente monitora a utilização de água, de papel, de plástico, tecido biológico comum e o reciclado. Esse material é recolhido por empresas especializadas, o tratamento é realizado segundo as legislações”, emendou.

Responsável pela regional Nordeste do grupo, a farmacêutica informou à reportagem como Sabin implementou a coleta seletiva no cotidiano da empresa a fim de evitar o impacto da destinação incorreta dos resíduos sólidos ao meio ambiente. “Nas nossas unidades, nós inserimos copos plásticos reutilizáveis, que podem ser reciclados, e temos hoje um projeto de reciclagem para cooperativas que, só em 2023, enviamos 1.120kg de resíduos para reciclagem”.

Para que tudo isso seja possível, o Grupo Sabin também promove entre os seus colaboradores a educação ambiental. “A gente tem programa de educação ambiental através da nossa universidade coorporativa, a Unisabin, onde a gente trabalha com duas colaboradoras especialistas nesse segmento, e a gente leva essa parte de educação ambiental também para fora com o nosso instituto voltado para o social, que é o Instituto Sabin”, complementou a gestora.

Social

Ciente do poder transformador das ações de impacto social em um negócio, o Grupo Sabin tem utilizado ferramentas práticas e efetivas para gerar transformação mútua na empresa e em seus públicos de interesse. Assim como fez no pilar ambiental, a rede de laboratórios e análises clínicas também realizou um estudo das comunidades localizadas no entorno das suas mais de 350 unidades espalhadas pelo País.

“Pro social, a gente também realizou um mapeamento, viu como a gente relaciona com a comunidade que a gente atua e estabeleceu, dentro da parte de direitos humanos, qual o impacto que a gente tem nas comunidades locais. Hoje, cada nova regional que a gente vai, a gente busca saber qual impacto positivo a gente pode levar para a nossa comunidade local”, destacou a gestora da regional Nordeste.

“Nosso pilar social também é baseado na parte de saúde e segurança, condições de trabalho e, principalmente, em algo que é muito forte no DNA do Sabin, que é diversidade e inclusão”, emendou.

Por meio do Insituto Sabin, que completa 20 anos em 2025, o Grupo Sabin atua na promoção da saúde e integração de bem-estar e busca fortalecer o ecossistema das organizações de impacto e o engajamento social em filantropia.

Qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o Instituto Sabin tem sede no Distrito Federal e é responsável pela gestão do investimento social privado do Grupo Sabin. É através desse projeto que a rede exerce a missão de contribuir para a melhoria da qualidade de vida, do bem-estar e da prosperidade nas comunidades onde atua, fomentando a inovação social.

Na Bahia, entre as diversas instituições que o Sabin apoia estão o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GAAC-BA), as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Hospital Martagão Gesteira, Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA) e outros.

Agnaluce, que acompanha de perto do trabalho do voluntariado do Instituto Sabin, deu detalhes sobre como as ações acontecem. “Recentemente nós realizamos campanhas de vacina da gripe no Abrigo Vida Digna e na Fundação Lar Harmonia, além da ONG Abrace a Microcefalia, que acolhe as crianças com microcefalia, onde fizemos a doação de microcomputadores e disponibilizamos exames para as crianças e famílias das crianças”, relembrou.

“Na Abadef, que também são nossos parceiros, a gente trabalha hoje com essa parte de exames e realiza esses exames tanto para as famílias, quanto para as pessoas que geralmente trabalham com eles”, acrescentou.

Ainda através do serviço voluntário, o Sabin promove feiras de saúde nas instituições que apoia e realiza importantes campanhas de conscientização, a exemplo do Outubro Rosa, que busca alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

A gente faz campanhas de dignidade menstrual com distribuição de absorventes em comunidades mais carentes, campanhas de solidariedade, campanhas de combate à violência contra a mulher, além de uma das mais importantes do nosso calendário que é o Outubro Rosa, onde a gente também trabalha em prol da saúde da mulher e oferece exames gratuitos para as populações que mais precisam”, pontuou a farmacêutica.

“Em dezembro, a gente tem o Natal Solidário, em que realizamos a campanha internamente e recebemos doações tanto dos nossos clientes, quanto dos nossos colaboradores, e destinamos essas doações para obras sociais”, detalhou. “A gente arrecada o material, faz a parte da campanha de solidariedade para levar para pessoas carentes, sempre que tem campanhas também em relação a problemas como enchentes, por exemplo, a gente está junto”, inteirou Agnaluce.

Também com o objetivo de apoiar a comunidade local, o Grupo Sabin desenvolve um projeto que visa estimular o empreendedorismo entre jovens carentes. “Nós somos hoje mantenedores de uma empresa mundial que faz a parte de empreendedorismo jovem com jovens de escolas públicas que necessitam e que são ensinados a serem empreendedores”, informou a gestora. “Nosso objetivo é, de fato, impactar bem a comunidade local”, garantiu.

No pilar social, se destacam, ainda, as ações da rede em prol da diversidade e inclusão, que garantiram ao Sabin Medicina Diagnóstica o título de “Melhor Empresa para a Mulher Trabalhar”, na categoria Grandes Empresas, por dois anos consecutivos. A premiação, concedida pelo Instituto GPTW, reconheceu o trabalho realizado pela empresa, onde a maior parte dos colaboradores são mulheres, inclusive em cargos de liderança.

Quem também reconheceu o trabalho desenvolvido pelo Sabin em prol da diversidade e inclusão foi a Prefeitura de Salvador que, através da Secretaria Municipal da Reparação de Salvador (Semur), concedeu ao grupo pelo sexto ano o Selo de Diversidade Étnico-Racial, na categoria “Compromisso”. A honraria certifica a rede pela promoção da equidade racial no ambiente de trabalho, com oportunidades igualitárias.

“A gente está sempre à frente em toda essa parte de diversidade e inclusão no Brasil e aqui na Bahia também”, celebrou Agnaluce.

Governança

Considerada um pilar fundamental para o ordenamento da agenda ESG, a governança corporativa funciona como um elo entre as relações e operações internas. Através de uma boa governança é possível garantir a aplicação da transparência nos processos; objetividade das estratégias, metas e objetivos organizacionais; viabilidade dos fluxos de informação entre os colaboradores, gestores e líderes; e estabelecimento e reforço da confiança entre a empresa, os profissionais internos e os consumidores.

Ao BNews, a gestora do Sabin Diagnóstico e Saúde em Salvador revelou as estratégias que a rede de laboratórios e análises clínicas tem adotado no pilar de governança da companhia. “Dentro desse pilar, a gente também se fez uma pergunta: 'como a gente vai conduzir a empresa e o negócio?'”, relatou.

Fundado por duas farmacêuticas bioquímicas, Janete Ribeiro Vaz e Sandra Soares Costa, atualmente sócias da rede, o Grupo Sabin passou por uma espécie de transição em sua diretoria para a implementação da governança em suas operações internas.
“Em 2012, as sócias-fundadoras iniciaram um trabalho com a Fundação Dom Cabral (FDC) para poder implantar a governança dentro do Sabin. Então, contratou-se uma CEO [diretora executiva], que já era da própria empresa, não veio de mercado, é uma pessoa que foi preparada dentro da própria empresa”, disse a gestora da regional Nordeste ao contar parte a história da rede à reportagem.

“As duas sócias passaram para o conselho e intercalam entre presidência e vice-presidência no conselho. Existe o conselho familiar e toda a parte do conselho consultivo também. Então, foi feito todo o plano de crescimento em cima dessa governança, onde as sócias não estão mais na operação do dia a dia. Quem está na operação do dia a dia é a CEO”, continuou.

Depois de contratar uma diretora executiva, o Grupo Sabin reconheceu a importância e eficácia da liderança feminina em suas operações e hoje atua com 77% de mulheres ocupando cargos de liderança do seu efetivo. “As mulheres estão por todos os lados dentro do Grupo Sabin”, enfatizou Agnaluce.

Outra estratégia adotada pelo Sabin para garantir uma governança eficaz é a transparência. Segundo Agnaluce, apesar de se tratar de uma empresa familiar, é uma empresa de capital fechado, mas que segue todos os critérios como se fosse de capital aberto. “Hoje, mesmo não tendo obrigatoriedade por não ser uma empresa de capital aberto, nós fazemos a transparência completa das nossas operações e divulgamos, inclusive com nosso relatório anual de sustentabilidade”.

Com a prestação de contas, o Grupo Sabin também apresenta toda a parte da ética e integridade e trabalha a gestão de risco corporativo, evidenciando a sustentabilidade financeira no crescimento do negócio.

Essencial para a geração de valor e para a sustentabilidade das empresas, a governança corporativa é o sistema que rege toda uma organização. Dentro deste cenário, estão os chamados stakeholders, que são todas as pessoas ou grupos afetados pelas atividades de uma companhia, direta ou indiretamente. Entre eles, estão acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente.

Os stakeholders desempenham um papel fundamental na governança corporativa, contribuindo para a melhoria da transparência e equidade por meio de participação nos processos de governança, fornecimento de feedback e monitoramento das atividades da empresa.

Ao mesmo tempo, para que a atuação desses stakeholders seja eficaz, é necessário que as empresas considerem alguns fatores como, por exemplo, criação de mecanismos de participação e monitoramento da participação. É neste sentido que, de acordo com Agnaluce, o Grupo Sabin realiza um encontro anual com esses atores do conhecimento, a fim de garantir a transparência das suas operações e exercer a governança como um todo.

“Temos um trabalho muito forte no engajamento do stakeholder. Anualmente, a gente tem um encontro de stakeholders onde entram todas as nossas ações, desde os convênios, a parte do pessoal que faz fornecimento para suprimentos, médicos, todos stakeholders que trabalham ali”, explicou a farmacêutica.

“A gente tem o propósito de inspirar pessoas a cuidar de pessoas e quando a gente fala isso, são pessoas de forma geral. Não só nossos clientes, mas também as comunidades e toda a parte de stakeholders. Onde tiver pessoas, o objetivo da gente é inspirar os nossos colaboradores a cuidar de pessoas”, acrescentou a responsável pela regional Nordeste do Sabin.

Para a gestora, a governança do Grupo Sabin pode ser considerada uma das mais eficazes na atualidade. “Hoje, dentro de uma das governanças de empresas que eu vi mais dar certo é a Sabin. Ela é referência principalmente nesses pontos que envolve o corporativo, além de toda a parte da diversidade e da cultura. Todos somos guardiões da cultura”, completou Agnaluce.

Classificação Indicativa: Livre

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