Economia & Mercado

Saiba o que é chronoworking e como adotar modelo de trabalho sem gerar riscos para empresa

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Modelo de trabalho tem se destacado no mercado internacional e ganha espaço no Brasil  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo / Agência Brasil
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 15/05/2024, às 18h00



Recentemente, uma tendência tem se destacado bastante no mercado internacional e vem ganhando espaço no Brasil: o chronoworking. Esse modelo consiste em adaptar o trabalho ao ritmo biológico de cada um, ou seja, você vai poder fazer suas tarefas no horário do dia em que se considera mais produtivo, seja de manhã, de tarde ou à noite.

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No entanto, para que o chronoworking seja realmente viável, é necessário que o contexto atenda algumas premissas. Uma delas é saber trabalhar por resultados e para isso dar certo é fundamental existir confiança entre os integrantes do time, caso contrário, o risco de fracasso é grande. É o que explica Pedro Signorelli, especialista em gestão, com ênfase em OKRs.

“As pessoas precisam ser accountable (responsáveis) em relação aos seus pares, perante os demais integrantes da empresa, sabendo que suas entregas, ou a falta delas, afetam a entrega dos colegas. Além disso, é preciso estar ciente de que os resultados são atingidos em time, não individualmente, em geral”, pontua Signorelli.

Segundo ele, outra premissa é que o trabalho e as tarefas devem poder ser desenvolvidos de maneira assíncrona. Sem dúvida, várias tarefas do nosso dia a dia requerem um alinhamento inicial, então de tempos em tempos será necessário que pelo menos haja uma intersecção entre os horários de trabalho dos integrantes do time para que estes alinhamentos síncronos necessários ocorram de maneira minimamente satisfatória para todos.

Pedro ressalta que, normalmente, a proximidade física entre os integrantes do time facilita o conhecimento mútuo, o trabalho em conjunto, a aceitação, a identificação de padrões de comportamento e formas de trabalhar. Por esse motivo, quando uma pessoa está com algum problema pessoal, isso pode afetar o trabalho. Mas se as pessoas estão juntas, é mais fácil perceber.

“Por outro lado, o fato de os colaboradores ficarem menos tempo próximos pode jogar contra esta familiaridade, o que é capaz de impactar o desempenho da equipe de forma geral. A pessoa se sente menos parte de um time quando está fazendo as coisas do seu modo, na sua dinâmica individual, e com menor sintonia com os demais”, salienta.

O especialista destaca que, se alguém propuser a adoção do chronoworking, creio que todos vão topar na hora, pois vão perceber valor para si. Quem não gostaria de evitar deslocamentos em grandes cidades? Mas considerar o impacto no todo é uma preocupação da liderança. “Então, esta transição tem que ser bem estruturada e ter um sistema de gestão com acompanhamento de indicadores e alinhamentos que ajudem o time a entregar os resultados esperados”.

E evidencia: “Uma sugestão é começar aos poucos, utilizando esse modelo de trabalho para algumas funções inicialmente e depois, com o aprendizado, expandir para os demais. Fazer um big bang de mudanças de uma hora para outra tem um risco maior de causar muita entropia no sistema e os resultados não serem alcançados de início. Neste sentido, a gestão precisa ter transparência de objetivos, métricas claras a serem alcançadas, cadência, disciplina de execução e acompanhamento, pontos que se tornam indispensáveis em um contexto como esse”.

“Por isso, a primeira métrica de sucesso é avaliar se os resultados estão sendo alcançados. Em seguida, é importante entender como estão sendo alcançados, então métricas como satisfação do time e adesão à governança proposta são outros pontos em que a gestão deve ficar sempre atenta, para que não ocorra nenhum desequilíbrio”, conclui Signorelli.

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