Política

Nova política de Marina Silva difere de velhas práticas de partidos aliados

Ronertp Viana
Algumas legendas respondem por ações no STF, formação de quadrilha e crime ambiental   |   Bnews - Divulgação Ronertp Viana

Publicado em 15/09/2014, às 06h15   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Mesmo com o discurso de nova política defendido pela candidata Marina Silva (PSB), sua candidatura é marcada por outra característica, a coligação com partidos que utilizam velhas práticas. Um olhar com lupa sobre os partidos que compõem a aliança demonstra que, pelo menos durante a campanha eleitoral, Marina não está cercada de legendas que podem se enquadrar no que há de novo na política. Ela é sustentada por seis partidos: PSB, PPS, PRP, PSL, PPL e PHS. Três deles têm o mesmo presidente há mais de dez anos, um tem menos de três anos de existência, e o último, apesar de estar há 17 anos na praça, não tem representante na Câmara.

Entre os representantes das siglas que a apoiam há parlamentares que respondem a ações no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica, formação de quadrilha e crime contra o meio ambiente e o patrimônio genético. Outro admitiu que pagou propina a entidade esportiva.
O PRP, por exemplo, foi fundado em 1991 com o objetivo de “reunir o legado político de Adhemar de Barros”, o ex-governador paulista a quem é atribuída a frase “rouba, mas faz”. O partido foi comandado até 1995 pelo filho do político, Adhemar de Barros Filho. Naquele ano, passou às mãos de Dirceu Resende, que permaneceu no comando do PRP até morrer, em 2003. Quem assumiu o controle, depois, foi o filho dele, Ovasco Resende, que se mantém como presidente até hoje.

O PRP tem dois representantes na Câmara e ambos respondem a ações no STF. Jânio Natal, da Bahia, responde a duas ações penais e seis inquéritos. Além disso, responde a três processos no Tribunal Regional Federal da Bahia, acusado de envolvimento com a chamada máfia das ambulâncias quando era prefeito de Eunápolis.

Chico das Verduras, do PRP de Roraima, também frequenta os corredores do Supremo. Ele responde a duas ações penais e a um inquérito no STF. Foi condenado por improbidade administrativa em primeira e segunda instâncias, e está recorrendo da decisão.
O PSL é dirigido desde 1998, quando foi fundado, por Luciano Bivar, presidente também do Sport Club do Recife. Em 2013, ele admitiu em entrevista a emissora de rádio de Pernambuco que subornou membros da Confederação Brasileira de Futebol para que o volante Leomar, jogador do Sport, fosse convocado pelo técnico Leão. A CBF não quis processá-lo.
Já o PPS é comandado por Roberto Freire desde sua criação, em 1999. O PPL foi fundado em outubro de 2011 e nem representante tem na Câmara. O PHS, embora seja mais antigo que o PPL, também não tem representante no Legislativo.


Fonte: Agência O Globo
Nota originalmente postada dia 14

Classificação Indicativa: Livre

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