Política

Tentativa de Dilma saiu pela culatra, critica The New York Times

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Jornal americano detona atuação da presidente diante das manifestações populares  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 14/07/2013, às 19h40   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O jornal americano The New York Times publicou nesta sexta-feira (13) críticas à presidente Dilma Rousseff referente às manifestações ocorridas no país nos últimos dias. De acordo com a publicação, Dilma quis “convocar, primeiramente, uma Assembleia Constituinte, até chegar a um plebiscito. Depois prometeu mais dinheiro para a educação e saúde, através dos royalties do petróleo que ainda não existem. Seus assessores tem ideias flutuantes, como a redução do número de ministros”.

Ainda sengundo o TNYT, a presidente tentou acalmar os protestos que abalaram as ruas do Brasil, mas “quase cada passo que ela deu saiu pela culatra, aumentando a insatisfação do público com sua performance”.
Um mês depois das manifestações que eclodiram sobre a corrupção, gastos excessivos na construção de estádios e infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, a brutalidade policial, e uma série de outras questões, uma lufada de desespero paira sobre seu governo.

"Temos uma liderança política, tanto em Dilma e no Congresso, que, não tem uma compreensão clara do que está acontecendo, está respondendo com meros gestos", disse Cristovam Buarque, senador e ex-ministro da Educação. "Quer se trate de royalties do petróleo ou plebiscitos, a agenda nos dias de hoje nada mais é marketing, marketing, marketing, marketing puro".

Uma das principais demandas dos manifestantes, que se acalmaram nos últimos dias, mas que continuam a ser uma força política temida e poderosa, tem sido o "nível de Copa do Mundo" dos cuidados da saúde e educação. Em um esforço para responder, Dilma Rousseff anunciou na semana passada um novo programa de incentivo que pretende enviar, a partir de setembro, milhares de médicos para favelas urbanas e em áreas remotas como a Amazônia que não possuem serviços médicos adequados.

Para o TNYT, o governo tem a intenção de olhar para o exterior, para países como Portugal, Espanha e, talvez, Cuba, para preencher muitas dessas vagas, uma decisão que imediatamente antagonizou médicos brasileiros, que são mal pagos e sobrecarregados de trabalho, em comparação com muitos dos seus pares em outros países. "Eu insisto em começar por corrigir um conceito", disse Dilma, claramente na defensiva, quando ela anunciou o esforço na segunda-feira (8).

A publicação ainda questiona a atuação política da presidente. “Dilma parece estar pagando o preço por sua falta de habilidade e experiência política. Economista por formação, ela nunca teve um cargo público eleito, servindo apenas em estaduais e federais postos ministeriais antes de Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor, e escolheu o Partido dos Trabalhadores como porta-estandarte na eleição de 2010. Ajudado pela popularidade de Lula, ela ganhou com folga”.

Sobre a relação de Dilma com Lula, o jornal afirma: “no auge dos protestos no mês passado, Dilma fez questão de voltar-se para o Sr. da Silva, um mestre de manobras políticas, para pedir conselhos. Mas, ao invés de voar para Brasília para conversar com ela, ou falar baixinho, por telefone, a presidente é que foi encontrá-lo em sua própria casa, em São Paulo, deixando a impressão entre os muitos brasileiros que ela não estava no controle e ele ainda estava puxando a corda”.

O TNYT ainda coloca que a posição de Dilma Rousseff diante das manifestações podem prejudicar a sua possível reeleição em 2014, tendo como possibilidade o retorno do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Publicada no dia 14 de julho de 2013, às 10h21

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