Justiça

Por um fio: acusado de comprar votos, prefeito de Formosa diz confiar na Justiça

Imagem Por um fio: acusado de comprar votos, prefeito de Formosa diz confiar na Justiça
Jabes Júnior e vice podem ser cassados nesta quinta-feira (24)  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/07/2014, às 06h01   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Acusado de comprar votos nas eleições de 2012, o prefeito de Formosa do Rio Preto, Jabes Júnior (PT), terá nesta quinta-feira (24), às 9h30, a decisão sobre o futuro à frente da gestão do município, localizado a 1026 km de Salvador, em julgamento no Tribunal Regional Eleitoral. O Ministério Público Eleitoral e a Procuradoria Regional Eleitoral emitiram pareceres reconhecendo a contundência das provas testemunhais e documentais para que a cassação seja mantida. Jabes Lustosa Júnior, em entrevista ao Bocão News, jurou inocência “de pés juntos” e diz confiar na justiça.
“Não cometi nada de ilícito. Não existe nenhuma prova documental ou material. As ‘provas contundentes’, que eles dizem, são as testemunhas arroladas pela acusação, que entraram em contradição em vários momentos. Tudo isso não passa de uma manobra política, mas tenho a certeza de que o TRE julgará da forma correta desta vez. Vamos aguardar o resultado. Confio na justiça”, declarou Jabes Júnior.
De acordo com o advogado de acusação, Tiago Ayres, se a corte do TRE confirmar a cassação do prefeito de Formosa do Rio Preto, quem assume a gestão do município é o segundo colocado nas eleições, Bira Lisboa, que ajuizou a acusação de compra de votos.
“Se o vencedor tivesse mais do que 50% dos votos, uma nova eleição teria que ser realizada no município. Como não teve, o segundo colocado é quem assume”, explica Tiago Ayres.
Contundência das provas
Ainda segundo o advogado de acusação, com os pareceres do Ministério Público Eleitoral e da Procuradoria Regional Eleitoral, a possibilidade do prefeito Jabes Junior deixar o cargo fica ainda maior.
“Apesar do recurso eleitoral apresentado pelo prefeito, existem provas contundentes que embasam a acusação. O TRE tem sido muito duro e intolerante em relação aos crimes eleitorais, principalmente quando se fala em compra de votos. Por tudo isso, acredito que a cassação será mantida e o afastamento é dado assim que seja publicado o acórdão”, argumentou Tiago Ayres.
Já a defesa do prefeito minimiza a contundência das provas arroladas no processo. 
“[As provas] São absolutamente frágeis e contraditórias. Apenas testemunhais e tudo o que foi falado nós descontruímos com outras testemunhas. Produzimos uma contrapartida, em que as nossas testemunhas desconstruíram tudo o que foi dito pela acusação. Tenho a certeza de que os juízes julgarão de maneira independente e não se deixarão influenciar pelos pareceres e analisarão somente as provas”, argumentou o advogado de defesa Rafael Matos.
O prazo para deixar o cargo, caso a cassação seja mantida, também é interpretado de maneira diferente por defesa e acusação. “Não é imediato, como ele (Tiago Ayres) disse. Após a publicação do acórdão, ainda há um prazo para o julgamento dos embargos de declaração. Isso não costuma demorar, mas não é imediato”, afirmou Matos.
Cassação
Em janeiro deste ano, Jabes Júnior e o seu vice, Gerson Bonfantti (PCdoB), tiveram os mandatos cassados pelo juiz da 187ª Junta Eleitoral, Francisco Moleda Godói, acusado de comprar votos em troca de blocos de cerâmica.
O juiz Vanderlei Gomes é o relator do recurso do prefeito de Formosa , Jabes Júnior.

Postada às 17h50 do dia 23 de julho

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