Política

"A atuação da política não pode ser um ato de rendição", diz deputada do RJ; entenda

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A deputada estadual Martha Rocha (PDT/RJ) conversou nesta sexta-feira (26) com o BNEWS  |   Bnews - Divulgação Cíntia Kelly / BNEWS
Cintia Kelly e Davi Lemos

por Cintia Kelly e Davi Lemos

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Publicado em 26/04/2024, às 18h46


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A deputada estadual Delegada Martha Rocha (PDT/RJ) defendeu que a atuação dos políticos no Rio de Janeiro não deve ser caracterizada por qualquer ato de rendição frente à atuação das milícias. Essa conjugação entre ação política e a ação criminosa ficou marcada atualmente pelo envolvimento de um parlamentar, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido/RJ), na participação do assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes. O irmão de Chiquinho, o conselheiro do TCE/RJ, Domingos Brazão, também está preso por particação na morte da vereadora do PSOL.

"A atuação da política não pode ser um ato de rendição. Se ele [o político] está ali para representar o povo, ele tem que ser a voz corajosa e independente do povo. A mim não me agrada essa definição de que muitas vezes há uma convivência em razão de eles ocuparem um espaço no território. Um político, pelo contrário, tem características de proteção que dão a ele autonomia para exercer com coragem, segurança e verdade a sua função", comentou Martha Rocha, nesta sexta-feira (26), em conversa com o BNEWS.

A parlamentar apontou uma mudança na maneira de atuar das milícias. "A gente tem que entender que a milícia hoje é uma milícia empreendedora. Ela não é mais a presença de algum representante do Estado que vem com uma justificativa de proteção do território contra, por exemplo, uma estica do tráfico de drogas. Hoje a milícia está caminhando para atividades legais: estava na proteção, mas hoje também está, por exemplo, na construção imobiliário, está atacando regiões de proteção ambiental", exemplificou.

A pedetista defendeu o enfrentamento aos criminosos, principalmente se forem politicos envolvidos. "Quaisquer que sejam a representação ou os envolvidos nesta organização criminosa, devem ser investigados, processados e julgados. Esse inquérito [sobre a morte de Marielle Franco], ao final, vai dar a sua conclusão. O que a gente tem que entender é que a milícia é uma organização criminosa que precisa ser combatida", declarou.

A Delegada Martha Rocha disse acreditar que a maior parte da classe política realiza um trabalho digno. "Tem um número muito expressivo de parlamentares que estão aí prestando seu serviço de qualidade, com ética, com transparência. Se houver a participação da política, isso é muito mais grave e, exatamente em razão disso, essa gravidade dessa participação tem que ter uma resposta contundente da polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário", enfatizou.

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