Política
Publicado em 24/05/2023, às 19h20 Cadastrado por Lula Bonfim
Se engana quem acha que bolsonaristas e lulistas são sempre como água e óleo, não se misturam. No caso da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, uma ala do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilham da mesma opinião: são fortemente favoráveis.
Enquanto a ministra Marina Silva (Rede), do Meio Ambiente, se posiciona contrariamente à exploração do petróleo na região da Amazônia, o ministro Alexandre Silveira (PSD), das Minas e Energia, se coloca a favor da atuação na foz do Amazonas.
No Congresso Nacional, os bolsonaristas tomaram lado e passaram a pressionar Marina para que mude de opinião. Um deles foi o deputado federal Zé Trovão (PL-SC), que criticou o parecer do Ibama que defende a não exploração do petróleo amazônico.
“Hoje, o Brasil tem a possibilidade de colocar em seus cofres mais de R$ 11 trilhões e simplesmente existe um laudo que fala que isso é impossível. Falamos da Petrobras perfurar poços na região amazônica. São 30 bilhões de barris a serem extraídos dali. Com esses recursos, poderia se levar recursos para saneamento, saúde e educação para a região”, afirmou o deputado, durante audiência pública com a presença de Marina.
“Peço à senhora um pouco de consciência. O país está indo à bancarrota”, complementou Zé Trovão.
O deputado Capitão Alberto (PL-AM) também apelou para que Marina mudasse de opinião. Segundo ele, a Petrobras é uma estatal capaz de realizar a extração do petróleo de forma segura, sem causar danos ao meio ambiente.
“A Petrobras já mostrou sua experiência. Não tem desastre na Petrobras. A empresa já mostrou ser viável isso, a 500 quilômetros da costa. Vamos rever e avançar na autorização na exploração da margem equatorial”, avaliou Capitão Alberto.
O parlamentar Delegado Fábio Costa (PP-AL) lembrou a crise na Rede, partido de Marina, provocada pela decisão da ministra em não apoiar a exploração do petróleo na foz do rio Amazonas. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu para deixar a legenda.
“Esse posicionamento do Ibama e do ministério acabou causando uma grave crise na base do governo. Ao ponto de levar o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, a sair do seu partido por divergir de seu posicionamento. Ele não está sozinho. Tem o ministro das Minas e Energia e o presidente da Petrobras, que defendem isso. Pergunto à senhora se irá pedir para sair novamente do governo?”, questionou Fábio Costa.
Em resposta, Marina defendeu o posicionamento do Ibama e afirmou que não estava rejeitando de antemão a possibilidade de exploração do petróleo na Amazônia, mas sim pedindo respeito a posicionamentos técnicos.
“Se trata da decisão de um governo republicano, que respeita a lei, não é negacionista. Todos assinaram que precisa de avaliação ambiental estratégica. E o relatório foi assinado por dez técnicos do Ibama”, justificou a ministra.
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