Política

Titular da Secopa diz que Copa como resolução foi grande “mito”

Imagem Titular da Secopa diz que Copa como resolução foi grande “mito”
Ney Campelo acredita que Copa é um indutor de desenvolvimento e que passado conta negativamente  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/05/2013, às 11h21   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Ney Campelo, que há anos vem comandando a Secretaria Estadual de Assuntos para a Copa do Mundo (Secopa), é um ente estadual que prima pelo pensamento lógico e, usando esta racionalização, construiu um argumento em entrevista à Tribuna da Bahia nesta segunda-feira (13) polêmico. Para ele, não existe como acreditar que a Copa do Mundo seria a resolução de todos os problemas de Salvador e do Brasil. Quem comprou esta versão dos fatos, segundo ele, acreditou num grande “mito”.
Para o secretário, o mito construía a versão de que a Copa do Mundo seria o resultado de uma grande transformação social, de investimentos e formas de encarar a gestão que, na ocorrência do mundial, estariam plenamente dispostos. Ele, porém, acredita que a Copa é o início e não o fim do processo. A análise final é de que o evento induz a transformação e o legado será apresentado com o passar do tempo.
“A expectativa que temos é de que os legados construídos para a Copa iniciam um ciclo de transformação do ponto de vista econômico, social e cultural, que ajude a sociedade brasileira a consolidar esses legados depois da passagem das competições”, argumentou Campelo. Ele elenca uma série de investimentos como prova de que há a preocupação e preparo para melhorar a Bahia no cenário brasileiro e internacional como capaz de sediar grandes eventos de diversas naturezas.
Campelo associa o argumento à memória necessária que as populações precisam ter sobre a sequência das gestões em Salvador. Em sua análise, a forma desordenada como o crescimento foi permitido na capital baiana ajuda a travar a cidade e que as intervenções atuais são importantes e notáveis, mas que sozinhas não poderão equalizar 30 anos de despreocupação com o ordenamento urbano na cidade.
“Eu acho que esse é o grande dilema que vamos continuar travando em termos de debate público sobre o papel de um evento como esse. Tem a sua importância, tem o seu valor, tem ajudado na aceleração desses investimentos, mas não é a solução para a panaceia de todos os problemas brasileiras. E a responsabilidade do que nós estamos falando, do atraso desses investimentos, deve ser considerada proporcionalmente ao papel de cada gestor público ao longo de todo esse período. “
Por fim, o secretário defendeu que Salvador não fará feio na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Ney Campelo argumentou que o primeiro estádio construído do zero e entregue oficialmente foi a Arena Fonte Nova e que, tradicionalmente, a capital organiza um evento de magnitude turística e logística muito maior, que é o Carnaval. Para confiar na boa realziação, acredita, é preciso que o brasileiro de uma maneira geral abandone o clássico “complexo de vira-lata” e acredite que é possível fazer um bom mundial e que, pessoalmente, se considera um otimista por acompanhar a organização dos eventos muito de perto.

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