Política

Almeida acredita que prisão de Queiroz deve acelerar desgaste do governo Bolsonaro junto ao Legislativo

Reprodução/Câmara dos Deputados
"Quanto mais Bolsonaro estiver frágil, mais caro o ‘Centrão’ vai cobrar pelo apoio", opinou em entrevista ao BNews  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Câmara dos Deputados

Publicado em 22/06/2020, às 17h06   Marcos Maia


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O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) acredita que a prisão do policial militar reformado, e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, deve acelera o processo de desgaste do governo Bolsonaro junto ao Legislativo – e, inclusive, ampliar a desconfiança de parlamentares do “Centrão” em relação ao governo.

"Acho que esse episódio vai levar a fatos graves de envolvimento do Bolsonaro e sua família com coisas ilícitas - milícias, enriquecimentos, corrupção etc - e potencializa muito as justificativas para um afastamento dele", opinou ao BNews.

Questionado se o fato do Legislativo seguir trabalhando em regime remoto poderia ser um complicador, o parlamentar ponderou que o atual esquema representa um obstáculo para articulações e funcionamento regular do congresso.

Por outro lado, o parlamentar avalia que o tratamento que vem sendo dado por Bolsonaro ao enfrentamento das consequências da pandemia do novo coronavírus tem levado o presidente a um isolamento cada vez maior.

Assim, mesmo que as atividades remotas do congresso representem um complicador para o afastamento, a cada dia fica mais claro para grande parcela da população que Bolsonaro não tem condições de governar. "Cada vez fica mais claro que ele tem uma responsabilidade na disseminação do vírus e no número de mortes. Isso significa um isolamento maior, e dificuldades políticas", ponderou.

Neste contexto, mesmo a aproximação do governo com o “Centrão”, com o intuito de blindar-se das eventuais consequências da prisão de Queiroz, pode ser infrutífera. Para o deputado, se o esvaziamento de Bolsonaro ficar muito evidente, o “Centrão” não pagará o preço por apoiar o presidente. Por outro lado, se Bolsonaro ficar refém do “Centrão”, terá de oferecer muito para manter o apoio do grupo. 

"É muito difícil compatibilizar esses interesses. [...] Quanto mais Bolsonaro estiver frágil, mais caro o ‘Centrão’ vai cobrar pelo apoio. Esse jogo será desempatado pela perda de substância política do Bolsonaro", concluiu.

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