Política

Novos diretores do Sindimed enfrentam dificuldades para iniciar atividades

Victor Pinto e Arquivo BNews
O assunto foi parar na Justiça e é motivo de disputa entre duas chapas  |   Bnews - Divulgação Victor Pinto e Arquivo BNews

Publicado em 04/05/2018, às 18h52   Victor Pinto


FacebookTwitterWhatsApp

Ainda gera confusão a tentativa da retomada dos trabalhos do Sindicato dos Médicos da Bahia desde o processo eleitoral e a declaração da eleição e a tramitação da posse ir parar na Justiça. A nova diretoria, que deveria ter assumido o pleno trabalho nesta semana, conforme decisão judicial, foi alvo de obstrução, como eles mesmos denunciam. 

Com salas fechadas, sem acesso aos computadores do sindicato e ao site, à movimentação da conta bancária e até sem funcionários, os membros e apoiadores da chapa 2, na tarde desta sexta-feira (4), tentavam, aos poucos, retomar o trabalho da entidade. 

Conforme noticiou o BNews anteriormente, a eleição do Sindmed aconteceu nos dias 20, 21 e 22 de março com urnas itinerantes e em locais fixos em Salvador. Para os médicos do interior, foi dada a oportunidade de votar pelos Correios. E aí está o pomo da discórdia. Entre os votos válidos, foram apurados no total 445 para a chapa 2 (Sindicato Sem Partido); 406 para a chapa 1 (O remédio é lutar) e 318 para chapa 3 (Sindicato Independente para os Médicos). 

A chapa 1, de continuidade, encabeçada pelo médico Francisco Magalhães, alegou que 121 votos do interior não foram contabilizados a pedido da chapa 2, já que 86 cartas-respostas não continham carimbos de data de postagem e outras 35 não apresentavam qualquer sinal que identificasse sua passagem pelos Correios. Por isso, os atuais opositores alegam que a eleição foi comprometida e o resultado não poderia ser proferido. 

A situação foi parar na Justiça e a chapa 2 conseguiu a garantia de eleição e posse através de uma liminar da 39ª Vara do Trabalho de Salvador, do processo 0000213-93.2018.5.05.0039, concedida pelo juiz Marco Antônio de Carvalho Valverde Filho, em 29 de abril de 2018. Contudo, o magistrado encaminhou o processo para a 10ª Vara, que já possuía um processo do mesmo teor, onde agora todas as decisões sobre o assunto serão tomadas. Até então, a liminar antes concedida não foi derrubada. 

A chapa 2 também conseguiu a recusa de um mandado de segurança impetrado pela chapa 1 contra a decisão do juiz da 39ª Vara.

Em conversa com a equipe do BNews, a médica Ana Rita de Luna, presidente da chapa 2 determinada pela justiça através de liminar como a eleita, afirmou que não esperava esse conflito, apesar do tom de concorrência acirrada na eleição. 

“Eu achei que essa transição poderia ter sido mais republicana, mas não é isso que estamos vendo. Eles se fecharam, não houve nenhum tipo de diálogo. Eu espero que possamos resolver essa situação para darmos seguimento ao trabalho, pois eu fico preocupada com essa obstrução. Serviços básicos como o atendimento jurídico, contábil e a gráfica médica estão parados, por exemplo”, informou. 

A vice-presidente da chapa, médica Rita Virgínia, lembrou que foi tentado diálogo com a intermediação do Ministério Público do Trabalho, mas a chapa 1 não compareceu. Lembrou ainda da conversa que chegou a ser feita com funcionários do sindicato no início da semana, mas a chapa adversária suspendeu o expediente e ameaçou os funcionários de demissão caso fossem trabalhar. 

Caso de polícia - Na manhã desta sexta, integrantes da chapa 2 acusaram membros e apoiadores da chapa 1 de agredirem um médico apoiador da nova diretoria. Em frente à sede da entidade, no bairro de Ondina, dois médicos se estranharam e um chegou a ter seu celular danificado por outro após uma discussão. O caso foi parar na delegacia.  

Contraponto – Em vídeo divulgado nas redes sociais, o médico Francisco Magalhães, da chapa 1, conta que a eleição está "sub judice" e só será decidida na justiça. Também contesta a informação de que a chapa 2 foi declarada eleita.  

“Essa eleição será decidida agora aqui no Tribunal Regional do Trabalho e que a decisão venha favorecer toda a categoria médica. Entendemos que o pleito está contaminado, viciado e pedimos nova eleição. Nada mais do que isso”, disse. 

“Entendemos que a chapa 2 não pode invadir o sindicato com discurso de que já foi proclamada vencedora. Na realidade não existe proclamação de nenhum vencedor. É preciso que deixe os funcionários trabalharem em paz para que exerça toda sua atividade para os colegas que tem processo”, completou. 

Matérias relacionadas:
Denúncia de fraude marca eleição do Sindicato dos Médicos da Bahia
Mais um round na disputa pelo comando do Sindimed
Após polêmica, eleição do Sindimed será mediada pelo MPT e Justiça do Trabalho

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp