Política

'O que mais faço é discutir relação', diz Temer sobre partidos

Publicado em 05/09/2016, às 07h54   Folhapress



O presidente Michel Temer (PMDB) disse neste domingo (4) que conversa frequentemente com os demais partidos para "manter a base unida" no governo. "O que eu mais faço é discutir relação, faço isso permanentemente", disse, em resposta às declarações do presidente do PSDB, Aécio Neves, ao jornal "O Globo" de que o recém-empossado presidente precisa conversar com os tucanos sobre as reformas desejadas se quiser garantir a sua governabilidade.

"Também, com uma base de quase 20 partidos, se você não fizer permanentemente, não consegue manter a base unida. Quando tivermos dois, três partidos, fica mais fácil, mas por enquanto precisamos conversar permanentemente", disse Temer, em entrevista coletiva em Hangzhou (China), onde participa da cúpula do G20. Ao citar também outros partidos que integram a base, disse que "com essa base sólida é que nós vamos conseguir aprovar questões aparentemente difíceis, mas que produzirão efeitos muito benéficos no futuro".

Temer disse não se preocupar com a "compreensão" pelos partidos, "porque acho que estão todos preocupados não é em apoiar o governo, apoiar o presidente que chegou agora, definitivamente, à Presidência, mas apoiar o Brasil".

PAPA - O presidente comentou ainda as declarações do papa Francisco neste sábado (3) de que o Brasil atravessa um momento triste. Ao pedir que rezem pelo Brasil, disse Temer, o papa "revelou uma preocupação com o Brasil, uma preocupação que todos temos".

"Acho que alegria vem pouco a pouco. Se nós pegarmos que saímos de um instante um pouco complicado, eu não tenho a menor dúvida disso. Foram três, quase quatro meses de uma problemática político-institucional que gerou conflitos", disse Temer.

Questionado sobre se o papa estaria equivocado, o presidente rapidamente disse: "Equivocado jamais". Um dia depois de ter criticado as manifestações pró-Dilma, que disse serem "inexpressivas", Temer voltou ao assunto neste domingo (4), explicando sua posição. "Aquele movimento de junho de 2013, ele naufragou por causa dos depredadores. Vocês se lembram que, quando começaram a depredar, o movimento ficou paralisado. Exata e precisamente o que mostra que o povo brasileiro não é afeito a depredação", disse.

"A depredação é delito, isso não é manifestação. E acho que nesse sentido que o papa, que é sábio, vendo tudo isso, disse 'orem pelo Brasil', para, quem sabe, fazer o que eu tenho pregado: vamos pacificar o país." O presidente ainda disse que, se depender de convite para o papa ir ao Brasil, que ele faria o convite.

Publicada no dia 4 de setembro de 2016, às 17h

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