Política

Defesa de Argolo diz que decisão de Moro é inconsistente e vai recorrer

Publicado em 17/11/2015, às 08h54   Rodrigo Daniel Silva (@rodansilva)


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O advogado do ex-deputado federal Luiz Argolo (sem partido), Pedro Scavuzzi, se manifestou, na manhã desta terça-feira (17), sobre a decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato na primeira instância, que condenou o ex-parlamentar a 11 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em entrevista ao Bocão News, o advogado disse que recorrerá da sentença ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, pois os argumentos de Moro são “inconsistentes”. Segundo ele, em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que negociou com Argolo a venda de um terreno em Camaçari por R$ 2 milhões da família do ex-deputado.

“Mas na sentença Moro diz que não aconteceu a venda apesar de todas as partes dizerem que ocorreu. [...] Em verdade, o juiz alega que o delator mentiu ao dizer que fez a aquisição de um terreno, por que então não anulou a delação se o delator mentiu”, questionou Scavuzzi.

Ainda segundo ele, essa venda comprava que Argolo não recebeu propina da Petrobras, mas sim dinheiro de Youssef pela negociação do terreno. “Todas as partes reconhecem isso. Todas as testemunhas no processo reconheceram isso. Só o juiz não quer reconhecer. [...] A verdade é que reconhecendo a venda do imóvel, que houve, não haveria como condenar Luiz Argolo e não teria como explicar para a sociedade a motivação de ter o deixado preso preventivamente por mais de sete meses. Até o Ministério Publico reconhece a venda do imóvel”, afirmou o advogado.

Scavuzzi diz ainda que Sérgio Moro não diz na sentença o porquê de Argolo ter saído do PP para um partido de oposição em 2013 “muito antes da operação se recebia propina da Petrobras”. “Há uma incongruência entre a decisão e o que está nos autos”, pontuou.

Na mesma sentença, Moro deixou de condenar o doleiro Alberto Youssef e Carlos Alberto Pereira da Costa por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o juiz, eles já foram condenados pelos mesmos fatos criminosos em outros processos que já tiveram a tramitação encerrada. O advogado Pedro Scavuzzi criticou a absolvição do doleiro. “O juiz liberou o delator, mesmo ele, na visão do juiz, tendo mentido sobre a venda do imóvel o que é um contra-senso lógico. Como pode reconhecer que um delator mentiu e não anular a delação, haja vista que o delator não pode mentir?”, questionou.

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