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Atentado com caminhão no sul da França deixa mais de 80 mortos

Publicado em 15/07/2016, às 06h29   FolhaPress


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Milhares de pessoas morreram na quinta-feira (14) quando um caminhão avançou de forma deliberada sobre milhares de pessoas que estavam na orla de Nice, no sul da França, comemorando a Queda da Bastilha. O novo ataque, que até a 0h (de Brasília) desta sexta não havia sido reivindicado por nenhum grupo, fez com que o presidente François Hollande voltasse atrás e estendesse o estado de emergência no país por mais três meses. Segundo as autoridades francesas, cerca de 120 pessoas foram mortas nesta série de ataques terroristas nesta sexta (13). Do total, 70 pessoas morreram no Bataclan. Este é o pior ataque à França na história recente. O número ainda não é oficial.
De acordo com testemunhas e policiais, o veículo entrou na promenade des Anglais, na orla da cidade da Riviera Francesa, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). Minutos antes, os espectadores viram a queima de fogos que celebra o principal marco da Revolução Francesa, feriado mais importante do país.O motorista havia avançado lentamente por 2 km da avenida antes de acelerar por poucos metros e atropelar mais de cem pessoas.
"Vi os corpos como pinos de boliche no meu caminho. Muito barulho, uma gritaria como eu nunca vou esquecer", disse o jornalista francês Damien Allemand, que passava férias em Nice. Em pânico, os espectadores da festa e saíram correndo da região da orla. Uma hora depois do ataque, a praça estava completamente vazia, após pedido do governo para que moradores e turistas ficassem em locais fechados.
De acordo com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, dezenas de pessoas ficaram feridas, sendo 18 delas em estado grave. O caminhão foi parado por um cerco policial perto da praça Masséna. Segundo os agentes, o motorista abriu fogo contra a tropa. Houve troca de tiros e os policiais mataram o condutor. No baú do caminhão, encontraram armas como pistolas, fuzis e metralhadoras, munição e granadas.
O suspeito foi identificado como um franco-tunisiano de 31 anos. Seu nome não foi identificado, assim como ainda não se sabe se ele seria vinculado a qualquer grupo terroristas. As autoridades descartaram a participação de uma segunda pessoa, apesar de inicialmente dizerem que houve um foragido.
Embora nenhum grupo tivesse se manifestado até a conclusão desta edição, diversos usuários de redes sociais ligados à milícia terrorista Estado Islâmico comemoraram o atropelamento. A facção foi responsável pela série de ataques em Paris, que deixou 130 mortos em 13 de novembro passado.
Horas depois de anunciar, em uma parada militar da Revolução Francesa, o fim do estado de emergência que vigorava desde as ações do Estado Islâmico na capital, o presidente François Hollande voltou atrás e expandir a medida até outubro.
Em pronunciamento à nação depois de uma reunião de emergência, disse que é "inegável" que o país tenha sofrido uma atentado terroista. "A França como um todo está sob ameaça do terrorismo islâmico. Nós temos que demonstrar absoluta vigilância e uma determinação inabalável.", disse.
Ele prometeu aumentar o controle de fronteiras e reforçar os ataques na Síria e no Iraque --as medidas são as mesmas tomadas após a série de ataques de novembro. "Nós vimos a violência extrema e obviamente temos de fazer tudo para lutar contra esse terrorismo", disse. Aliados como o presidente americano, Barack Obama, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e a chanceler alemã, Angela Merkel, prestaram suas condolências.
No Brasil, o presidente interino Michel Temer disse que a França foi vítima de "mais uma injustificada intolerância" e chamou o incidente de "abjeto" e "ultrajante". Se confirmada uma nova ação terrorista, Hollande deverá sofrer mais com a pressão por controle da imigração e por novas medidas para evitar mais mortes como as mais de 200 em três atentados.

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