Um grupo está preparando um encontro para amanhã (01), no Shopping Barra, localizado em bairro nobre de Salvador. O evento batizado de "Rolezinho das Antigas" tem mais de 800 confirmações na página do facebook e segundo estimativa dos organizadores deverá atrair dezenas de pessoas.
De acordo com o sociólogo Walter Altino, idealizador do grupo, a expectativa é que pelo menos 10% dos que confirmaram participação na rede social compareça ao shopping. “Serão vários grupos reunidos. O "Rolezinho das Antigas" espera o mínimo de 80 pessoas, mas outras tribos confirmaram presença e o encontro será às 15h na praça de alimentação com direito a música e apresentação cultural”, garante Altino.
Nós não podemos deixar de nos indignar e muito menos permitir que atos segregacionistas como o que aconteceu em São Paulo tornem-se cotidiano. Por isso estou convocando a galera para um rolezinho no Shopping Barra. Só a galera das antigas e ao invés de funk vamos todos cantar e dançar É o Tchan”, diz o texto de convocação |
No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde os eventos explodiram nas últimas semanas, alguns shoppings entraram com ação judicial para impedir o acesso dos integrantes aos estabelecimentos. O policiamento foi reforçado e protestos foram registrados em frente aos complexos comerciais.
Em Salvador, os rolezinhos – nos moldes atuais – já foram organizados no Iguatemi, onde pouco mais de uma dezena de participantes compareceram e circularam nas dependências do local, e na última sexta-feira (24), outro grupo se concentrou na entrada do Shopping Salvador, mas não entraram.
O Shopping Barra informou por meio de nota oficial que não vai adotar nenhum tipo de ação para proibir a promoção do rolezinho. “Em acordo com o art. 5º da Constituição Federal, o Shopping Barra respeita a liberdade de expressão e reunião pacífica, assim como preza pela integridade, segurança e bem estar de todos os seus frequentadores e corpo de funcionários”.
De acordo com Eduardo Rodrigues, vice-presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil - seção Bahia), o rolezinho deve ser discutido com as partes envolvidas, mas o direito constitucional de ir e vir do cidadão deve ser respeitado.
“Todos os pontos devem ser analisados. A OAB tem a missão de mediar um conflito. Aqui na Bahia está existindo um respeito mutuo entre os ‘rolezeiros’, como eles se intitulam, o os empresários”, disse Rodrigues que ainda não recebeu nenhum tipo de reclamação por parte de envolvidos.
Ainda segundo o advogado, uma Audiência Pública sobre o tema será realizado no dia 12 de fevereiro e contará com a participação da sociedade civil, representantes dos shoppings, Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), da infância e juventude, além dos rolezeiros.
