Entrevista

Dia dos pais: Conheça tipos diferentes de paternidade, mas que têm muito em comum

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Existe o pai que convive diarimente com o filho, o que vê quinzenalmente e ainda aquele que cuida de tudo sozinho. Todos têm o que celebrar nesse dia dos pais  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / FreePik
Letícia Rastelly

por Letícia Rastelly

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Publicado em 13/08/2023, às 06h00


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“Mãe é tudo igual, só muda o endereço”, mas e pai? Nessa data, dedicada a eles, o BNews entrevistou três tipos de pais que vivem situações diferentes com seus pequenos, mas que têm, em comum, o amor pelos filhos.

A saudade

Osvaldo Barreto tem 34 anos, é advogado e pai de Maria Lara, uma menina de 5 anos de idade que mora com a mãe e que ele costuma ver a cada 15 dias. Apesar de ser uma situação comum nos últimos tempos, a distância para eles ocorre por morarem em cidades distintas, desde que a mãe engravidou.

Sobre essa distância, Osvaldo conta que sente muita falta de acompanhar a garota em sua rotina, de ida a escola, passeios, médicos e, principalmente, nos momentos em que ela está doente. “Eu me cobro muito por não estar ao lado dela diariamente, é uma das minhas maiores preocupações”, revela o advogado.

osvaldo

Ele confessa que desejaria trazer a filha para morar consigo, mas isso seria “inegociável” com a mãe, que também deseja ter a pequena por perto. Infelizmente, no caso dele, os 200 km que os separam complicariam a vida acadêmica de Lara, caso a guarda fosse compartilhada.

Questionado sobre como isso poderia afetar a relação deles, Osvaldo confessa que tem medo de que, no futuro, Lara veja com maus olhos a distância e desde já se preocupa com isso. Entretanto, ele destaca que está sempre em contato e busca manter essa relação do modo mais próximo possível: “Tem pai que está do lado, mas não está presente. Eu sou presente, mesmo estando distante”, pontou o advogado.

Lua de Mel

Tiago di Araújo é jornalista e pai de Heloísa, que tem apenas cinco meses de vida. Ele vive a sua primeira paternidade, que apesar de ser desafiadora, segundo ele é um presente. Diferente de Osvaldo, ele pode acompanhar o crescimento da menina diariamente, já que mora com ela e sua esposa.

“É emocionante, gratificante e satisfatório ver cada novo aprendizado, por mais simples que seja. Os gritinhos, os olhares que me identifica como pai, a interação que tem com os brinquedos, para quem não é pai pode parecer bobo, mas quando nos tornamos pais, tudo muda, tudo é importante, tudo emociona”, revela o mais recente pai.

tiago

Mas mesmo com tantos elogios a esse momento, ele não nega que é difícil o dia-a-dia. “Eu realmente não estava preparado, por mais que sonhasse com esse momento. É muito difícil não saber o motivo do choro, por exemplo, não dormir direito, acordar diversas vezes na madrugada, ter que se desdobrar entre trabalho e paternidade, tentando fazer tudo da melhor forma. Mas, no final, é compensatório”, descreve Tiago.

Responsabilidade

Para Ricardo Castro, 41 anos, analista de sistemas, a situação é bem diferente dos demais, pois ele assume a responsabilidade integralmente, já que apesar de possuir a guarda compartilhada, o seu filho, João, de 8 anos, só vê a mãe por algumas horas, a cada 15 dias.

“A gente [ Ricardo e a esposa] teve uma relação complicada. Normalmente são as mulheres que possuem medidas protetivas contra seus ex-companheiros, mas no meu caso, sou eu que possuo uma contra ela. Nessa situação, eu acabei optando por ir à Justiça e solicitar a guarda compartilhada, mas no final das contas ele vive comigo todo o tempo, passando, ás vezes, o final de semana com a minha mãe, avó dele”, explicou o analista de sistemas.

Para Ricardo, a experiência de ser pai solo é tranquila: “tenho prazer em ficar com ele, queria era ter mais tempo”. Entretanto o pai também revela que se fosse uma situação diferente, gostaria de manter uma verdadeira guarda compartilhada, onde ele e a mãe dividissem o tempo com o pequeno.

O analista de sistemas, que estava saindo de uma reunião de pais, da escola do seu filho, quando deu a entrevista ao BNews, disse que sua mãe até cuidou de João por um tempo, mas isso foi passageiro. Para ele, essa responsabilidade não é dela: “não é justo”.

Questionado se isso trouxe algum tipo de questionamento, proveniente do filho, que naturalmente vê construções familiares diferentes na escola, ele diz que isso nunca ocorreu, até porque, desde que era um bebê João já vive com exclusivamente com o pai.

Ao final, todos iguais

Ficar distante do filho, para os três, é algo imaginável, mesmo cada um vivendo uma circunstância diferente. Ricardo, chega a dizer, que pais que não acompanham o desenvolvimento do pai têm um ato egoísta: é desumano.

O trio concorda que o papel de pai é “importante, fundamental e insubstituível”, como diz Tiago, mas, claro, isso não diminui em nada a relevância e importância da mãe. Cabe a todos os pais dar amor, ser presente, educar, contribuir com o aprendizado, criar memórias positivas e ser também uma referência.

Classificação Indicativa: Livre

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