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Saiba quanto consumidores de Salvador devem gastar com presentes de Natal este ano

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O economista Guilherme Dietze, da Fecomércio-BA, informa quais são as opções de presentes mais econômicas nesta época do ano  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Agência Brasil

Publicado em 23/12/2021, às 06h31 - Atualizado às 06h46   Beatriz Araújo



Ao contrário do que se ouve quando é criança, na vida real, quem compra o presente não é o Papai Noel. Diante deste fato, se não houver atenção com esses gastos, o ato de agradar familiares, amigos, e pessoas especiais, pode sair ainda mais caro. Apesar do cenário registrado no ano passado, em razão das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, que acabou impedindo muitos encontros e confraternizações, em 2021, de acordo com o consultor econômico da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietze, os índices de intensão de compra de presentes devem aumentar. 
“A tendência pra esse ano é de aumento, sim, nas compras, principalmente porque a gente tem um número maior de pessoas empregadas, com carteira assinada, e com isso, tem uma excitação de 13º salário. Isso é o combustível essencial para a recuperação das vendas neste ano, mas, por outro lado, a gente tem o endividamento batendo recorde, então, necessariamente todo o 13º irá para consumo, parte irá para pagar contas em atraso”, elencou o economista.
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Opções mais econômicas de presente
Dietze informou quais opções de presente você deve priorizar se pretende presentear alguém neste Natal, sem precisar gastar além da conta. “As roupas, que agora estão começando a ser demandadas, porque tem eventos sociais, Réveillon, etc, tiveram um aumento de preço muito tímido ao longo do ano passado e desse ano. Então, [roupa] é um presente que pode ser dado ao invés de comprar um eletrônico, que é vinculado ao dólar, que tem a questão de importado. A dica é buscar mais esses produtos que tiveram um preço mais baixo esse ano, em detrimento de outros que sempre estão pressionados aí, nessa época do ano”, orientou. 
“Vestuário e calçados normalmente vêm em primeiro lugar na intenção de compra para essa época do ano porque, até mesmo, são produtos mais baratos, você consegue pagar no cartão, então consegue presentear mais pessoas e com um valor um pouco mais baixo. Evidentemente, você tem algum outro tipo de eletrônico, que vai ser mais barato, mas de maneira geral, as pessoas buscam juntar o útil ao agradável”, explicou o especialista, em entrevista ao BNews.
Melhor forma de pagamento
Se você pretende ser o “Papai Noel” de alguém, esse ano, você também deve estar atento às condições de pagamento disponíveis para a compra desses itens. Conforme relata o economista, a melhor forma de pagar pela sua compra é relativa, e vai depender, sobretudo, da sua situação financeira no momento.  “Vai depender muito. Se der um desconto à vista, de 5% a 10%, vale a pena pagar no cartão de débito, ou até mesmo no Pix, que é a modalidade que está virando moda nesse momento e que vai continuar crescendo. Agora, se o lojista disser que não tem desconto pro à vista e nem pro cartão de crédito, então paga no cartão de crédito, porque você vai ter um prazo maior para pagar esse produto, vai aliviar no seu dia a dia”, considerou. 
“Mas, tem muita gente que por mais que seja mais vantajoso pagar à vista, a pessoa não tem dinheiro, e no cartão de crédito, não tem o controle do cartão de crédito, então aí pode gerar um descontrole. Por mais que você possa estar sendo beneficiado para um pagamento um pouco mais prolongado, ali no cartão de crédito, é preferível que se você não tiver o controle do cartão, pagar à vista, porque o risco de inadimplência depois é grande, então, às vezes, o barato sai caro”, acrescentou o consultor econômico.
Onde comprar os presentes
Segundo Dietze, não há uma espécie de regra de local onde se possa encontrar opções mais econômicas de presentes, mas o preço desses itens pode variar de acordo com o formato do comércio. “Loja popular, normalmente, é o melhor lugar para comprar, tem os preços mais baixos, às vezes, por exemplo, você compra mais de dez produtos, você vai fazer um bingo, trazer presente para a família toda, vai fazer uma brincadeira, no final do ano, e aí você compra no atacado”, sugere. 
Entretanto, para o economista, os centros comerciais podem facilitar ainda mais a vida de quem tem a missão de presentear alguém nesse Natal. “O shopping acaba sendo o útil ao agradável, não é uma questão de ser o menor preço, mas acaba sendo mais viável pela circunstância, é mais centralizado, perto da sua casa, envolvendo sua família, os filhos, onde você possa ter uma alimentação, além das compras, então tudo isso influencia na hora da compra”, afirmou o especialista, ao BNews
“Além disso, os shoppings sofreram muito durante a pandemia, e aí, agora, em setor de vestuário, tem tido muitas promoções, liquidações, nesse início do ano, porque os estoques ficaram muito elevados, e agora é o momento do varejista esvaziar esse estoque, colocar o preço lá embaixo, então, pode ser o momento sim de barganhar. Quem tiver dinheiro na mão, pode ser o momento de pedir desconto, porque se pagar no cartão, vai ter uma taxa de 5%, em média”, pontuou.
Média de gastos
Caso você já esteja fazendo as contas de quanto você poderá gastar para fazer a felicidade de alguém especial nesta época do ano, saiba que os custos não devem sair por menos de R$ 100, a depender do que pretende comprar. “As pessoas, normalmente, compram presente para todo mundo, em torno de R$ 100 a R$ 200, não um valor muito mais alto que isso, isso é uma média geral para todo mundo. Mas, evidentemente, tem aquela família que vai ter um pouco mais de renda, vai gastar mais um pouquinho, vai comprar uma roupa diferenciada, vai comprar um sapato”, relatou Dietze.  
“Na hora que você está falando em sapato, ou um tênis para um filho, você não está falando de menos de R$ 300. Então, assim, são produtos que, dependendo de quem vai comprar, da intensão, vai pagar um preço mais elevado. Mas, na média, quando você fala de uma camiseta, de um short, você está falando em torno de R$ 150 a R$ 200, o que é um preço normal”, avalia. 
“No mercado popular, evidentemente, você tem uma roupa mais barata, consegue comprar um short por R$ 30 a R$ 40, mas na média, na hora que você vai num shopping center, numa loja de roupa, naturalmente, você vai encontrar roupas mais em torno de R$ 150 a R$ 200. Mas, é evidente que o comércio é muito amplo, ele atinge uma variedade muito grande da população. Tem o mercado popular que você puxa esse valor pra baixo, e você tem ainda o mercado de luxo, que a participação é menor, mas que puxa muito para cima. Na média, na hora que você vai ao shopping center, você vai encontrar ali uma camiseta na faixa de R$ 100 a R$ 150, que é o que as pessoas normalmente tendem comprar nessa época”, finalizou Dietze.
Consumidores
O BNews ouviu, também, consumidores que já deram início às compras de presentes para o Natal. Para o gerente comercial Hélio Britto, o ato de lembrar das pessoas e de valorizar a vida está sendo muito mais forte esse ano. “Os shoppings estão muito cheios, lotados de gente, todas as lojas estão muito cheias. Por conta do tempo que a gente passou, sem poder abraçar, sem poder comemorar, as pessoas estão muito eufóricas para presenciar. Eu mesmo estou nessa vibe também, esse ano eu quero presentear algumas pessoas que eu não presenteei nesses dois últimos anos aí, por conta de a gente estar separado”, conta.  
“Então, esse ano eu tô mais propício a presentar algumas pessoas da família, alguns amigos que foram muito importantes durante esse período também, algumas pessoas que perderam gente, está triste ainda, então o presente vai dar uma levantada. Não estipulei ainda quanto, mas, com certeza, com a chegada do 13º deu uma melhorada aí na expectativa de gasto, mas, eu acredito que devo gastar por volta de uns R$ 1000”, garantiu Hélio.  
Quem também já preparou uma surpresa para os familiares foi a administradora Cássia Dórea, que acabou encontrando uma forma mais econômica, e prática, de comprar os presentes de Natal. “Esse ano resolvi economizar grana e tempo. Montei vários kits de Natal em uma dessas lojas de perfumaria, vou atender uma média de 25 familiares, entre avó, mãe, tias, tios, sobrinhos, afilhados, que eu tenho bastante, e filhos. O custo total foi de mais ou menos R$ 600, recebi em casa, logo, não gastei tempo rodando de loja em loja, a procura de presentes, e com isso, consigo agradar a todos”, revelou.
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