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Protesto por morte de operário: "Odebrecht tem mãos sujas de sangue"

Imagem Protesto por morte de operário: "Odebrecht tem mãos sujas de sangue"
Fabio Hamilton da Cruz morreu enquanto trabalhava nas obras do Itaquerão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/05/2014, às 06h46   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)



Nove trabalhadores mortos. Este é o número que registra uma marca trágica na prévia da Copa do Mundo no Brasil. Nesta quinta-feira (8), a nona vítima de acidente nos estádios foi registrada. O operário Mohamed Ali Maciel Afonso, 32 anos, recebeu uma descarga elétrica e não resisitiu aos ferimentos. O acidente desta vez aconteceu na Arena Pantanal, cuja fase de construção está 98% concluída e hoje as obras foram paralisadas.
Porém, a que bate recorde de acidentes é a Arena do Corinthias, Itaquerão. No último dia 29 fora registrada a 3ª vítima, trabalhador da obra, de responsabilidade da Construtora Odebrecht. Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, era funcionário da empresa WDS Construções e teria se desequilibrado, caindo de uma altura de oito metros. Por conta disso, no início da tarde de hoje, ativistas da Organização Não Governamental (Ong) 'Juntos por Outro Futuro' se reuniram na frente do prédio da Odebrecht, na capital paulista, e realizaram um protesto. Com faixas espalhadas pelo edifício e com tinta vermelha nas mãos, ele dispararam: "A Odebrecth tem as mãos sujas de sangue". 

Nos vidros do prédio e na placa que registra a marca da empresa a tinta vermelha também foi espalhada, além de outros dizeres como "O sangue da favela é sangue sem tera" e "Fora Odebrecth" pichados nas paredes. Sem previsão para deixarem o local, os manifestantes bloquearam a entrada do prédio.
Outros casos
Em junho de 2012, o funcionário José Afonso de Oliveira Rodrigues morreu após cair de uma altura de 30 metros no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Já na na Arena Amazônia, em Manaus, o operário Antônio José Pita Martins, de 55 anos, estava desmontando as peças de um guindaste quando uma delas caiu em sua cabeça, em fevereiro deste ano.
No mesmo estádio outros dois funcionários já haviam sofrido acidentes fatais. Marcleudo de Melo Ferreira, 22, caiu de uma altura de 35 metros nas obras do estádio e morreu no dia 14 de dezembro. Em março de 2013, Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, também morreu após despencar de uma altura de 5 metros.
A Arena Itaquerão vai ser palco do jogo de abertura do Mundial, entre Brasil e Croácia.
Com informações da BBC Brasil

Publicada no dia 8 de maio de 2014, às 16h43

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